Quando a Maqui e a Karol sugeriram que um dos meus textos tivesse como tema a Copa do Mundo, eu topei na hora. Eu simplesmente amo a Copa do Mundo! É um mês em que se respira futebol e vira completamente aceitável assistir um Gana e Japão pela fase de grupos numa terça-feira de manhã, antes mesmo de escovar os dentes.

Mas eu fiquei pensando bastante sobre o que escrever. Análise das chances da Seleção Brasileira? Chato. Dicas de bolão da Copa? Meh. E foi então que, conversando com senhor meu namorado, me veio a ideia de unir a paixão pela Copa com outra grande fissura minha: fatos 100% aleatórios e histórias engraçadas. Sabe aquele “você sabia…” que você manda numa mesa de bar e todo mundo acha a informação irada? Então… hoje eu vou te munir de novas histórias pra contar no rolê!

O post de hoje é dedicado a 5 fatos curiosos sobre a Seleção Brasileira em Copas do Mundo que talvez você não saiba. E depois de ler, pode tirar onda sabendo! hahaha

O Brasil nem sempre jogou de amarelo

Como assim a seleção CANARINHO nem sempre foi canarinho?! Pois é. A camisa do Brasil era branca até 1953. Nesse ano, a CBD, Confederação Brasileira de Desportos, lançou um concurso cultural para criar uma nova camisa pra seleção brasileira. O concurso foi uma parceria com o jornal Correio da Manhã e a ideia era trocar a camisa branca que “não carregava em si a ideia de nacionalidade brasileira”. Pra isso, os novos uniformes tinham que ter as quatro cores da bandeira do Brasil: verde, amarelo, azul e branco. O concurso foi considerado um sucesso, com mais de 300 pessoas mandando sugestões para o novo manto da seleção!

O responsável por criar a camisa canarinho que conhecemos hoje foi Aldyr Garcia Schelee, um desenhista de um jornal local da cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. O gaúcho decidiu fazer a camisa ser majoritariamente amarela com detalhes verdes, e as outras cores obrigatórias ficaram no calção e meiões. Depois do concurso, a população brasileira caiu nas graças da camisa canarinho e o Brasil passou a disputar Copas do Mundo com o novo uniforme. Sabemos que a camisa verde e amarela não vive seu melhor momento já faz alguns anos, mas que ela é lindona, isso é!

Mas, ironia do destino ou não, o 1º título mundial do Brasil não foi usando amarelo. Acontece que a final da Copa de 1958 foi contra a Suécia, que também jogava de amarelo. E a FIFA decidiu que, como os suecos eram os donos da casa, o Brasil deveria jogar com outro uniforme que não o amarelo. Reza a lenda que a delegação brasileira teve que procurar novas camisas lá na Suécia para comprar, já que o time não tinha um segundo uniforme. A escolha foi então pelo azul, remetendo ao manto de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do país. Os escudos das camisas foram costurados a mão às vésperas da final e o Brasil venceu por 5×2, conquistando seu primeiro título mundial. 

O Brasil sediou 2 Copas e não ganhou nenhuma delas

Aí você deve estar se perguntando: por que o Brasil quis mudar a cor da camisa do nada? E eu te dou a resposta nessa pergunta: por causa do Maracanaço. 

Em 1950, o Brasil sediou sua primeira Copa do Mundo, para a qual o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, foi construído. O Maraca era, literalmente, o maior estádio do mundo na época e iria receber a final do torneio. E o Brasil foi pra final, claro. O país estava enlouquecido com a possibilidade de ganhar sua primeira Copa em casa. Maracanã lotado, expectativa lá em cima e veio a decepção: o Uruguai venceu a final por 2×1. O jogo que deixou o Maracanã (e o país) em completo silêncio foi, não tão carinhosamente, apelidado de Maracanaço. 

Aqui no Rio de Janeiro, inclusive, existia a lenda que o exterior do Maracanã era azul e branco por uma promessa da prefeitura carioca: pintar o estádio com as cores do vencedor da Copa. 💔 Mas, essa história nunca foi comprovada. 

Para a Copa de 2014, quando o Brasil também foi sede, o Maracanã foi todo reformado. Deixaram o exterior sem nenhuma pintura e os mais supersticiosos acreditavam que agora sim a gente ia se livrar do Maracanaço! O que ninguém imaginava era que vinha uma desgraça pior. Nas semifinais da Copa de 2014, o Brasil perdeu pra Alemanha no lendário 7×1 no estádio Mineirão, em Belo Horizonte, no jogo que ficou conhecido como Mineiraço. 

Mas as desgraças nacionais servem pra ilustrar o segundo fato aleatório: o Brasil é um dos apenas 5 países que já recebeu mais de uma Copa do Mundo. A lista também é composta por Alemanha, México, França e Itália. E, junto com o México, é o único desses que nunca venceu uma Copa em casa. *risos nervosos* A Itália foi campeã e sede em 1938, a França em 1998 e a Alemanha em 1974. Quem sabe um dia?

O Brasil é o país dos artilheiros

A pessoa que mais marcou gols em Copa do Mundo é brasileira. E é, ninguém mais ninguém menos, do que ela: Marta, com 17 gols. Sim, Marta é nossa maior artilheira da história, entre homens e mulheres. 

Quando levamos em consideração só a Copa do Mundo masculina, o segundo maior artilheiro é brasileiro: Ronaldo Fenômeno tem 15 gols. Ele está apenas 1 gol atrás do maior artilheiro de Copas masculinas, o alemão Miroslav Klose. Ironicamente, Klose fez o gol número 16 no 7×1, a desgraça não acaba. 

Além disso, o Brasil é o país com mais artilheiros em Copas, com 5 atletas. Leônidas da Silva, o Diamante Negro, foi o artilheiro na edição de 1938, com 7 gols. Em 1950, Ademir Menezes teve 9 gols, e, em 1958, dois jogadores do Brasil dividiram a liderança com 4 gols: Garrincha e Vavá. Completando o time está Ronaldo Fenômeno na Copa de 2002, com 8 gols. 

E se tava pouco pra você, o Brasil também tem o único jogador da história a marcar pelo menos um gol em todos os jogos de uma edição de Copa. Jairzinho foi apelidado de “Furacão” após conseguir esse feito na Copa de 70. 

O Brasil é o único país que jogou em todas as Copas

Como diria Mc Guimê: “eu sou, país do futebol, negô”. O Brasil é o único país do mundo inteiro a disputar todas as 21 edições de Copa que tivemos até agora. (E vai disputar a 22ª em novembro no Catar)

E esse feito tem que ser atribuído a um cara chamado Carlito Rocha. Imagina um senhor completamente lelé das ideias: esse era o Seu Carlito! Ele era de tudo no seu time do coração, o Botafogo: técnico, nutricionista, preparador físico, analista, presidente…Um homem de muitas versões.

Em 1934, Carlito integrava a CBD e o Brasil passava por um momento muito delicado no futebol: a luta pela profissionalização do esporte. Enquanto os atletas queriam se tornar profissionais e parar de tratar o esporte como um hobby, alguns clubes e dirigentes achavam que tinha que continuar amador. Em São Paulo os jogadores já eram profissionais, enquanto no Rio, por exemplo, ainda eram amadores. A própria CBD era contra a profissionalização do esporte. Por conta desse racha, o Brasil ia ficar sem mandar uma seleção pra Copa, apesar de ter a vaga. Mas isso não foi um impedimento para Carlito Rocha.

Apesar de estar inscrito como árbitro da Copa do Mundo (sim, ele também era juíz, o homem fazia tudo), Carlito não mediu esforços para juntar um catadão de jogadores dos times cariocas e levar o Brasil pra Copa. A seleção foi de navio e demorou 15 dias até chegar na Itália! Carlito não podia atuar como técnico, por isso acompanhou as partidas nas arquibancadas como um mero integrante da delegação. No fim, o Brasil foi eliminado ainda na 1ª fase, mas garantiu a presença e a marca de ter participado em todas as Copas. 

O Brasil só ganha Copa onde o futebol não é tradição

Sim, isso é um fato. Todos os cinco títulos de Copa que o Brasil tem, foram conquistados em países onde o futebol não é forte. Ganhar na Alemanha, Itália? Tô fora! Pego a minha Coreia e vou me embora. 

A primeira vitória do Brasil foi na Suécia, como você leu lá em cima. O segundo título foi em 1962, no Chile, quando a seleção chilena ainda não era primorosa. O tri de 1970 foi no México, que tem o famoso lema: “Jogamos como nunca e perdemos como sempre”, então dá para sentir a vibe. O famoso “É TEEEETRAAAAA” em 1994 foi nos Estados Unidos, onde os caras chamam de “Futebol” uma parada completamente diferente.

E o penta foi na Copa da Coreia e do Japão, em 2002. Ironicamente, as duas vezes que o Brasil foi vice aconteceram em países muito tradicionais no futebol: no próprio Brasil, em 1950 e na França, em 1998. 

Por isso, quando um torcedor supersticioso vê uma Copa acontecendo no Catar, logo pensa: o hexa (finalmente) vem!

Então já repara o álbum de figurinhas, tira a camisa da seleção que tava guardada no armário (vai sem medo) e bota o espírito copeiro pra fora! Faltam 122 dias para a Copa do Mundo do Catar. Até a sexta que vem (quando vão faltar “só” 115)!