Tudo bem, não precisa me responder agora, eu mesma nunca achei uma resposta que me convencesse tão rápido assim. Moda para mim já foi trocar todas as roupas das minhas bonecas infinitas vezes no dia quando era pequena, depois foi fazer recortes de revistas e montar meus próprios looks misturando os esses recortes. Quando eu cresci um pouco mais, moda era pegar as roupas da minha mãe e minhas tias e sair desfilando pela casa. Quando virei adolescente, moda se tornou minha identidade, fazer parte de um grupo de amigos ou seguir alguma personagem que assistia no Disney Channel (era viciada nos looks da Alex Russo de “Os feiticeiros de Waverly Place”, mais alguém? haha).
Se pesquisarmos no dicionário, moda pode ser entendida como conjunto de opiniões, gostos, assim como modos de agir, viver e sentir em sociedade. Muitas vezes associamos à elegância e sofisticação, tendências e grandes desfiles. Tudo isso faz parte da moda, mas ela é muito mais do que isso. Nós sabemos que a indústria fashion movimenta muuuuuita grana e a cada ano cresce um pouco mais com o surgimento de novas marcas e iniciativas. É uma rede gigantesca de empresas, pessoas, tecidos, produtos, tecnologia… Quem não ficou impressionado com um vestido que foi simplesmente “borrifado”, bem ali diante dos nosso olhos, no corpo da supermodelo Bella Hadid durante o desfile da Coperni, na última semana de moda de Paris? Assim como Manel Torres, o criador dessa tecnologia, existe ainda muita gente talentosa e sensível no mundo da moda, com um potencial criativo e transformador.
Você se vê?
Mas o que afasta as pessoas e as faz pensar que a moda muitas vezes parece fútil e inatingível é a falta de representatividade. É olhar para uma revista, uma campanha, uma loja, um grupo e não se ver ali. Estamos vivendo um processo de identificação de um número maior de pessoas com a indústria da moda, mas ainda estamos muito distantes do que seria o ideal. Porém, muito mais do que roupas e tendências, a moda é um reflexo sociocultural, é a representação mais clara e direta do período pelo qual a sociedade está passando.
Quando vamos a um museu, por exemplo, vemos quadros de famílias reais, pinturas de pessoas cotidianas e cada uma delas mostra exatamente como viviam e se portavam naquela época. Através da roupa, conseguimos saber quem era essa pessoa, a condição social em que ela vivia, sua profissão, nacionalidade e tantas outras coisas que não poderiam estar escritas apenas no papel. Conseguimos ler a roupa!
Durante os anos de guerras mundiais, a moda foi uma das formas mais claras de entendermos o novo contexto em que a sociedade estava inserida. As saias das mulheres não eram mais tão longas e peças de vestuário até então masculinas passaram a fazer parte do guarda-roupa delas também, como as calças, camisas e botas. Tudo isso representava um novo momento. Logo depois, vimos uma moda mais livre, menos apertada, com tecidos mais fluidos e uma busca por tranquilidade e positividade durante os anos 1970.
Quando paramos para observar o atual cenário fashion, percebemos algo mais “over” e exagerado, justamente contrapondo os dois anos de reclusão e, consequentemente, conforto e minimalismo que a pandemia nos trouxe.
Pensar moda é pensar muito além da roupa. Nos vestir é a primeira escolha que fazemos e que pode influenciar o resto do nosso dia. Mesmo que inconscientemente, todos os dias pela manhã você pensa para onde está indo, o que vai fazer, como irá chegar lá, por que está fazendo tal atividade e logo escolhe peças de roupa que vão te ajudar nesse objetivo, em vez de atrapalhar. Isso é pensar moda!
Bom, eu comecei o post hoje com uma pergunta, né? Estudei e ainda estudo muito sobre moda, mas ainda não encontrei uma resposta definitiva que traduza moda para mim, porém algo que chega bem perto é: moda é comunicação.
O ato de vestir mostra para o mundo, mesmo sem uma palavra, tudo o que quero dizer, é a primeira impressão que as pessoas desconhecidas têm de mim, é um ato político, é mostrar quem eu sou, o que eu gosto e até onde eu posso ir, tudo isso através da roupa que estou usando. Moda é algo divertido, é algo que influencia na autoestima, no amor próprio e no que os outros podem sentir ou não por mim. É dizer sem falar nada. Moda é arte e é cultura. Por isso vou te perguntar de novo: o que é moda para você?
E com essa pergunta e deixando um pouquinho do que é moda pra mim que me despeço de vocês. Foi um mês onde pude escrever e dividir com cada um de vocês um pouco do que amo. Acredito que tudo na vida tem um momento pra acontecer e poder estar aqui com vocês sem dúvida foi uma das melhores experiências da vida! Espero encontrar-los em muitos textos por ai. Com um beijo, Carol. ✨🤍
Eu n sei bem como me relacionar com a moda hj, ela n é tão acessível pra mim tanto por causa do tamanho quanto pelo dinheiro. Mas eu sei, eu sinto que moda é exatamente isso, expressão e comunicação. Moda é uma ferramenta, que diz o momento em que estamos, como estamos e nas entrelinhas até o pq estamos daquele jeito.
Oi Vanessa! Moda é isso mesmo, saber nos expressar nem que seja em uma calça jeans e camiseta branca. Uma dica que ajuda muito, pesquisa por pequenos truques de moda, as vezes não precisamos ter muitas peças mas uma dobrinha na barra e um colar ja muda a cara do look por completo! Mas o mais importante, você tem que se sentir bem e se divertir no processo!
Pois é, o desfile da vida real é bem diferente do que vemos nas grandes semanas de moda pelo mundo a fora. Eu acho que o nosso esforço é extrair das passarelas esse momento que vivemos e aplicar no nosso dia a dia. As pessoas comuns fazem o papel mais difícil, extrair do complexo e adaptar para o uso. Parabéns pelo texto!
Oi Ju! Eu amei seu comentário e vou levar pra vida o que você disse. De fato ficamos com o papel mais difícil e quem dirá o mais importante que é traduzir o que acontece nas passarelas para o mundo real, afinal, é aqui nas ruas onde a moda acontece de verdade! Eu que amei e muito obrigada!!
Que intenso esse assunto, não é?
Se for perguntar pra mim, moda também é comunicação!
Muita coisa tem acontecido na minha vida e percebi como a minha forma de vestir tem acompanhado a isso. Incrível perceber!
Adorei o post.
Após passar por um relacionamento que só hj vejo que tinha comportamentos abusivos por parte dele ( foram 6 anos) hj sinto cada vez mais conectada com as minhas versões além da garota com roupas q sempre valorizava as curvas e cabelo sempre alinhado, descobrindo cada vez mais a versão esquisita que eu era na adolescência e que eu não precisava ter sumido com ela, pq ela é legal pra caramba!!! E eu posso ser mais do que um troféu pra andarem do lado, posso ser cada dia uma, pra mim isso é moda!! ❤️
Sempre achei difícil descrever o que é moda porque ela sempre me foi “imposta” como algo que tinha que ser prático e durável. Fui ganhando autonomia em experimentar coisas novas conforme fui ganhando mais com meu trabalho. Hoje ela está em um lugar diferente, estou com o corpo diferente e conhecendo o universo plus size e me questionando mais sobre conforto, origem e destino do que consumo. Hoje enxergo a moda como essa identidade que antes não enxergava e entendo que ela é cíclica, não só pelas tendências de moda propriamente, mas pela nossa história que pode ser contata através dela!
Sempre fui apaixonada por moda, e concordo com vc que é comunicação. Eu já deixei de vestir algumas peças por protesto e comecei a usar outras por acreditar que roupa não tem gênero.
Uaau muito interessante! 👏🏽👏🏽 acesse também o nosso site de curiosidades e notícias: https://vozdanoticia.com.br/ 😊
O conceito de *moda é comunicação* é o que eu acredito também, Carol. No meu tcc eu tentei analisar esse conceito através do figurino de Will Smith em um maluco no pedaço, porém foi uma loucura destrinchar essa ideia, da mesma forma que se atualiza a moda se repete. É uma das coisas mais incríveis do mundo eu acho. Eu demorei muito para encontrar meu estilo e descobrir como me sentia mais confortável principalmente com o meu corpo e já estou novamente em processo de mudança. Adorei seu texto.