A ideia para escrever esse post surgiu em um dia andando pelo shopping e vendo as inúmeras vitrines com as tendências que prometem bombar agora na primavera. Olhei muitas e me apaixonei por uma camisa social com strass aplicado em seu colarinho, a coisa mais linda! Fui correndo olhar a etiqueta e me assustei com o tanto de zeros escritos nela, na hora pensei “hum, posso procurar por uma camisa assim num brechó e customizar com os strass que vai sair por bem menos que isso”. Tandãn! Estava aí um assunto que eu precisava falar aqui com vocês também!

O consumo de peças de segunda mão e termos como “upcycling” (dar nova forma/ novo design), “rework” (inserir elementos, como bordados e costuras) ou as mais diversas customizações nunca foram tão discutidos e falados. O mercado de segunda mão vem ganhando cada vez mais força e gerando expectativa sobre seu potencial como o futuro da moda que conhecemos hoje. Estamos acompanhando o crescimento de diversas iniciativas que vão além de revender peças usadas (no formato mais tradicional de brechó) e passam a ressignificar peças, atribuindo um novo valor ao “velho”.

Foto: BBC
Vocês já devem saber, afinal, vivem no mesmo planeta Terra que eu, que toda essa expectativa vem em grande parte da preocupação com o meio ambiente e o impacto absurdo que a indústria da moda tem nele. Literalmente todos os dias, toneladas de peças são descartadas de forma incorreta, criando os chamados “cemitérios de roupas”, que crescem a cada ano. Nesse cenário quase catastrófico, surgiu uma reflexão: e se essas toneladas de roupas, antes de serem descartadas, fossem reutilizadas, repensadas ou refeitas? O quanto de lixo desnecessário poderia ser evitado se déssemos uma nova vida a cada uma dessas peças?
Bota pra girar
Esse pensamento criou o que hoje chamamos de moda circular (o termo foi inventado por Anna Brismar, chefe e dona da empresa de consultoria sueca Green Strategy). Essa nova tendência baseia-se nos princípios da economia circular e do desenvolvimento sustentável. A ideia é que a gente tenha consciência sobre o caminho que as peças de roupa percorrem até chegarem no nosso armário, considerar como são produzidas e a vida útil que damos a elas. A moda circular também incentiva nós, consumidores, a dar preferência a compra de peças que um dia foram muito amadas por outra pessoas e que podem nos fazer muito felizes!

Esse mercado de segunda mão já é uma realidade faz tempo, mas vem crescendo muito nos últimos anos, inclusive com o aumento de startups com foco em moda sustentável. Empresas responsáveis e espertas (porque investir nisso também pega muito bem com os compradores) têm explorado a produção de peças com menos necessidades de lavagens, por exemplo, enquanto outras dão ao cliente a opção de customização em suas próprias lojas. O mercado digital e a internet também entrou como parte importante para a popularização desse mercado, com estratégias de compra e venda de peças de segunda mão. Quem nunca passeou virtualmente em brechós online?
Tudo mudou na pandemia
A procura por peças mais acessíveis financeiramente, junto com os dias de isolamento social causados pela pandemia, deram força para o crescimento do mercado online de peças de segunda mão. Um estudo realizado pelo Sebrae aponta que de 2020 para 2021, foram criadas cerca de 2 mil empresas nesse segmento, isso representa em média um aumento de 48,5% no comércio desse tipo de produto. DUAS MIL! Em 2022, com a volta a vida “normal”, a busca por brechós aumentou em 30%, de acordo o Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), e em uma pesquisa feita pelo Google entre 2019 e 2022, as buscas por itens de vestuário usados subiram 572%.
Eu, Carol, acredito muito e aposto nas peças de segunda mão como um dos caminhos para o futuro da moda, gerando uma economia cada vez mais colaborativa e circular. Também torço por uma moda de reuso mais inclusiva, com peças que abracem e contemplem todos os corpos e estilos. O futuro da moda já começou!
Deixamos aqui listados para vocês algumas lojinhas online para você garimpar bastante!
E vocês? Já são adeptas da moda circular? Curtem brechó? Customizam peças? Me contem?
Até semana que vem!
Isso é a mais pura verdade, antigamente entendia o brechó apenas como roupas velhas.
Mas hoje em dia já passo por um e penso o que será de bom que posso achar e fazer um look.
Tudo isso porque uma Amiga me ensinou a olhar com outros olhos para essa nova moda Circular…
Muita gente ainda tem esse estigma com brechós achando que são só roupas velhas quando na verdade é uma mina de ouro para peças únicas e exclusivas! Aproveita bastante com sua amiga pra explorarem muitos brechós por ai!!
Fiquei chocada com o cemitério de roupas.
Eu também! Fiquei impactada quando estudei sobre o assunto, e são vários espalhados pelo mundo… uma dó ver peças que poderiam vestir tantas pessoas sendo descartadas assim…
Achei tudo esse post! O cemitério é algo que eu não tinha conhecimento até um tempo desses e confesso que fiquei triste quando me deparei com o mundo de roupas que poderiam ter outro destino. Enfim, ainda não sou adepta a brechós pela dificuldade de encontrar tamanhos maiores para mulheres, mas sigo procurando!
Oi Virginia! O ruim dos brechós é a pouca variedade nos tamanhos das peças mesmo… Mas eu tenho uma dica! Existem muitos brechós plus no Insta, até indico um chamado @choquesize , elas trabalham apenas com tamanhos plus, vale a pena dar uma olhada!
Primeiramente queria dizer que amei a matéria, extremamente necessária.
Segundamente, gostaria de compartilhar que no meu prédio existe o descarte de peças de roupas/tecidos que vc não deseja mais, acho muito legal esse movimento do prédio para fazer o descarte consciente. Eu geralmente descarto as que não existe possibilidade de doação (como calcinhas bem furadas e gastas) e as peças que posso doar, eu dou para pessoas conhecidas ou orfanatos, fica a dica também pessoal. Não sei existem outras lixeiras de roupas por ai, mas acho que vale a tentativa de buscar a informação, além de que também existe a possibilidade de vender suas peças no enjoei ou brechó, assim como adquirir também!
nossa, que foda, vou propor algo assim no meu prédio!
Obrigada Ju! E que iniciativa incrivel! Vou tentar propor por aqui também!
Já imaginava a problemática do descarte de roupas, mas não fazia ideia de como era um problemão visualmente demonstrável por meio de um cemitério de roupas! é mesmo chocante e angustiante, ainda mais em tempos de tendências que não duram uma temporada inteira e de Jades Picons que usam uma peça uma única vez e já descartam, gritando isso aos quatro ventos, sem pestanejar. Como consumidora fiel de brechós – online e físicos -, amei o post!
Ai Ju! Fico tão feliz que gostou, muito obrigada! E é isso mesmo, estamos vivendo uma cultura de descarte rápido e não dimensionamos as consequências disso! Comecei a consumir brechós quando era adolescente e não tinha dinheiro para comprar em lojas mas a cada dia amo mais essa cultura brechozeira hahaha
Sinceramente, a foto do cemitério de roupas me chocou!